Santa Ceia – Jesus institui a Eucaristia

Quinta-feira Santa. Como fizemos a respeito dos demais dias do Semana Santa, procuremos ver alguns aspectos deste dia bendito na História. (*)

Entre os judeus, o dia começava ao por do sol do dia anterior. Por isso a sexta-feira, primeiro dia em que se celebrava a Páscoa, começava ao por sol da quinta-feira. É nesta hora que começa uma das mais sublimes provas de amor de Jesus por nós.

Nos dias anteriores, Jesus havia deixado claro a aproximação da hora de sua morte. E, como amasse os Apóstolos e discípulos, quis deixar claro que “amou-os até o fim”. Nesse “até o fim”, queria dizer Jesus que os amava não só até a sua morte, mas o tanto quanto podia. Esse amor imenso, queria Jesus que fosse o mesmo a termos uns pelos outros: “amai-vos uns aos outros como Eu vos amei”. E completava Jesus: “Deste modo conhecerão que sois meus discípulos”.

Hoje em dia, por que os verdadeiros discípulos de Jesus não são mais numerosos? Em boa medida, talvez esteja por esta falta de amor. A Santa Igreja Católica ensina muito bem que, para amar como Jesus ama, é preciso, primeiro, amar a Jesus. Desse amor decorre o amor ao próximo. Por isso o “amar ao próximo por amor de Deus” que é a segunda parte do primeiro Mandamento, está diminuído em muitas almas. O amar menos a Deus leva, necessariamente, a amar menos ao próximo.

Na Missa o sacerdote perpetua a presença de Jesus

E Jesus, ao longo da Santa Ceia, continua a dar provas do seu amor: “não vos perturbeis com minha partida” e ” Eu não vos deixarei órfãos”, “estarei convosco até o fim dos séculos”. Como Jesus realizou essa promessa?

Só um Deus poderia excogitar a solução. Diz um autorizado autor que, se todos anjos os Anjos passassem a eternidade pensando, não encontrariam a solução. E esta foi simples: instituiu a Eucaristia ao dizer: “este é o meu corpo… este é o meu sangue”. Assim, Ele estaria presente em todos sacrários da terra. Indo a qualquer cidade, o católico tem a certeza de encontrar esse mesmo Jesus numa simples capelinha.

Pode haver prova de amor maior do que esta?

Pode, e Ele quis dar. Pois “não há prova de amor maior do que Aquele que dá a sua vida pelo irmão”. O que dizer, então, de um Deus que dá a sua vida — humana, pois como Deus, não morre — pelas suas criaturas, agora elevadas a condição de filhos?

Primeira Eucaristia

E para mais deixar claro este seu amor por nós, quis Jesus que o seu ficar para sempre conosco na Eucaristia, se desse no exato momento que Caifaz, Sumo Pontífice da sinagoga, assinava a sentença de morte do Divino Salvador. No momento em que seus inimigos decretaram a sua expulsão da terra, Jesus excogitou um modo de ficar. E para sempre.

Deixou-nos então, Jesus, entre muitas outras coisas, estas duas: o mandamento do amor ao próximo como Ele nos amou; e deixou-se a Si mesmo na presença real na Eucaristia. E com isso deixou-nos a certeza da vida eterna, pois disse Ele, “quem come a minha Carne e bebe o meu Sangue viverá eternamente”.

Outro presente — e que presente!” — nos deixaria no dia seguinte, pouco antes de morrer na Cruz: “Filho, eis aí tua Mãe”. Deu-nos por Mãe a sua própria Mãe. Por acaso, poderia nos dar mais? É este o seu Testamento de Amor.

Mãe, eis ai o teu filho

E, no dizer de Santa Terezinha do Menino Jesus: “Eu sei, Jesus, que amor com amor se paga”. Amemo-lO, pois. Amemos a sua e nossa Mãe Santíssima, e vivamos conforme este amor, pois “quem Me ama cumpre os meus Mandamentos”.

(*) Sempre baseando-se no autorizado autor Pe. Augustin Berthe, de sua obra “Jesus Cristo – Vida, paixão e Triunfo”, Ed. Civilização, Porto, 2000