São Leão – também conhecido como Leão Magno (grande) – nasceu em Roma, de pais toscanos, no final do século IV ou começo do V. Desde jovem se dedicou às letras e às ciências sagradas.

Após o falecimento do Papa Sixto, Leão foi eleito para sucedê-lo sendo sagrado no dia 29 de setembro de 440.

São Leão considerou como um de seus principais deveres, na qualidade de supremo Pastor, manter a disciplina eclesiástica, nesse tempo em que a contínua invasão de hordas bárbaras provocava desordens em todas as condições da vida, inclusive nas regras de moralidade, que estavam sendo seriamente violadas.

Seu pontificado foi marcado pelo incansável combate às heresias que surgiram no oriente, como por exemplo, a heresia de Pelágio, a heresia maniquéia e a heresia monofisita. Esta ensinava que Jesus Cristo possuía somente uma natureza e não duas – a humana e a divina – como ensina a doutrina Católica.

Certo dia um perigo de outra ordem surgiu no horizonte: Átila, rei dos hunos, que a si mesmo chamava de “Flagelo de Deus”, tudo destruía nas Gálias. Tongres, Treves e Metz foram pilhadas. Batido nas planícies de Chalons pelos esforços conjuntos de Aécio, Meroveu, rei dos francos, e Teodorico, rei dos visigodos, Átila voltou-se para o norte da Itália, destruindo tudo a ferro e fogo. Muitos se refugiaram nas pequenas ilhas existentes nas lagunas do Mar Adriático, dando origem a Veneza. Átila saqueou Milão; e o imperador Valentiniano III, não se julgando a salvo em Ravena, fugiu para Roma. O imperador, o senado e povo só viram uma saída para conjurar a situação: que São Leão fosse parlamentar com o invasor.

Para São Leão, sua missão era clara: salvar o mundo cristão, e também sua pátria e seu povo. Mas a tarefa não era nada fácil, e o sucesso imprevisível.

São Leão foi encontrar-se com o temível bárbaro nas proximidades de Mântua, revestido de todos os paramentos pontificais e acompanhado por sacerdotes e diáconos em trajes sacerdotais. “Como um leão que não conhece medo nem tardança, este varão se apresentou para falar ao rei dos hunos em Peschiera, pequena cidade, próxima de Mântua, e moveu o vencedor a voltar”, diz um cronista da época.

Átila prometeu viver em paz com o império. Fez cessar imediatamente as hostilidades, e pouco depois, fiel à sua palavra, retornou aos Alpes.

Os bárbaros perguntaram então a seu chefe por que, contra seu costume, havia mostrado tanto respeito para com o Papa, a ponto de obedecer tudo quanto ele havia proposto. Átila respondeu que: “Não foi a palavra daquele que veio me encontrar que me inspirou um medo tão respeitoso; mas eu vi junto a esse Pontífice um outro personagem, de um aspecto muito mais augusto, venerável por seus cabelos brancos, que se mantinha em pé, em hábito sacerdotal, com uma espada nua na mão, ameaçando-me com um ar e um gesto terríveis, se eu não executasse fielmente tudo o que me era pedido pelo enviado”. Esse personagem era o Apóstolo São Pedro. Segundo outra tradição, o Apóstolo São Paulo estava também presente.

Dentre tantas riquezas em obras e escritos, São Leão Magno deixou-nos este grito: “Toma consciência, ó cristão da tua dignidade, já que participas da natureza Divina”.

 O grande Papa e santo faleceu em Roma no dia 10 de novembro de 461, e foi declarado Doutor da Igreja em 1754.