A voz do piloto se fez ouvir, avisando que passaríamos por uma área de extrema turbulência. De fato, pouco depois o avião parecia sacudido, algumas vezes de forma violenta. Podia-se ler o medo no rosto dos passageiros. Alguns faziam o sinal-da-Cruz, outros rezavam baixinho; alguns terços saíram de dentro de bolsas e bolsos. E o sacudir continuava.

Olhei para o menino. Continuava calmamente a montar o seu quebra-cabeça, como se nada estivesse acontecendo.

Depois de alguns minutos, que para alguns pareceu uma eternidade, o avião saiu da área de turbulência e tudo se acalmou.

Uma senhora, minha vizinha de assento, perguntou ao menino:

— Meu filho, você parecia muito calmo enquanto o avião sacudia violentamente. Você não teve medo?

— Não senhora. O piloto é meu pai…

* * *

Este fato, que li tempos atrás ao arrumar velhos papéis numa gaveta, voltou-me à memória ao considerar a perspectiva da eleição do novo Papa.

Apesar do alarido confuso dos meios de comunicação, de suas elucubrações, às vezes as mais esdrúxulas, uma coisa é certa para nós católicos: quem governa a Santa Igreja é o Espírito Santo. É Ele que de fato escolherá o novo sucessor de Pedro.

Nas convulsões de um mundo desvairado, que estadeia na riqueza e na luxúria a alegria de viver, não esqueçamos a promessa do Divino Redentor: “as forças do inferno não prevalecerão contra a Igreja”.

Em meio às tempestades, verdadeiras ou criadas pela mídia, lembremos das palavras de Jesus aos Apóstolos na barca: “Sou Eu. Não temais!”