“A barca da Igreja” – Afresco da Santa Cueva, Manresa (Espanha)

A Barca de Pedro sacudida pelas ondas do mundo jamais soçobrará! É a Palavra de Jesus Cristo, é o testemunho dos séculos e a própria história o confirma.

Mais ainda! A cada tempestade ela se torna mais forte e gloriosa e navega trazendo em si mesma as belas insígnias das lutas que travou, podendo dizer com altaneria as palavras do poeta latino:

Alios ego vidi ventos; alias prospexi animo procellas”(Eu vi outros ventos e contemplei outras tempestades).

Conta-se que no século XIII o poderoso Frederico II, Imperador Romano-Germânico, invade Roma e chega a parecer que vai acabar finalmente com o Papado. Entretanto, inesperadamente, uma peste invade o acampamento militar fazendo perecer milhares de soldados que lutavam nas fileiras de seu exército. O Imperador recua e tempos depois reaparece, vestido de penitente, implorando de Deus o perdão pelo sacrílego atentado.

Em 1798 o exército napoleônico invade os Estados Pontifícios e o venerando Pontífice Pio VI, com 82 anos, é expulso primeiro para Sena, depois para Florença e por fim para Valença na França, onde morreu a 29 de agosto do ano seguinte.

“Vitória! Vitória! Já não há rei e este foi o último dos papas!”

Assim cantavam os revolucionários franceses em Paris, a “nova capital do mundo”.

Entretanto um novo Conclave fazia subir ao sólio Pontifício Pio VII, um dos Papas mais perseguidos da história. Em 1809, Napoleão intima o Papa a entregar os Estados Pontífícios, prende-o e deporta-o juntamente com dezenas de cardeais. Em resposta, Pio VII lança o decreto de uma excomunhão.

Napoleão ri e zomba exclamando com altivez:

“Acredita porventura o Papa que essa excomunhão fará cair as armas das mãos dos meus soldados?”
De fato, as armas não caíram naquele momento…

Mas em 1812 na grande Campanha da Rússia, Napoleão deparou-se com a neve o gelo e a fome. Narram os historiadores que os soldados franceses antes de morrerem de frio, lançavam ao chão seus fuzis para evitarem de os terem colados à pele já que queimavam por efeito do gelo.

Assim, inúmeras vezes na história realizou-se o testemunho de Pio II quando viu-se ameaçado por invasores: “A nau pode se agitada pela tempestade, mas não afunda.”

Eis, gloriosamente reinante Bento XVI o duocentésimo sexagésimo sexto Papa de uma lista que não acabará enquanto o mundo for mundo.

Concluímos com as palavras do Revmo. Monsenhor João Clá Dias, em seu artigo “A Igreja é Imaculada e Indefectivel” :

“Para destacar a perenidade da Igreja Católica Apostólica Romana, Santo Agostinho nos dei­xou esta sábia reflexão: “A Igreja vacilará, se vacilar seu fundamento. Mas pode Cristo vacilar? Visto que Cristo não vacila, a Igreja permanecerá intacta até o fim dos tempos”.

Lembremo-nos de que “Deus é o Senhor do mundo e da história”. Foi Ele mesmo quem de­cretou que “as portas do Inferno” não prevaleceriam contra a sua Igreja (Mt 16,18).”