Certamente já ouvistes ou lestes em algum lugar o dístico Libertas quae sera tamen (Liberdade ainda que tardia), pois essa frase é famosa no Estado de Minas Gerais.Bandeira_de_Minas_Gerais

 O que muitos não sabem é qual o motivo dela figurar na flâmula estatal e donde foi tirada. Isso é o que consideraremos  a seguir.

A frase foi tomada pelos participantes da Conjuração Mineira, conhecida também por Inconfidência Mineira, e colocada na bandeira desse movimento de inspiração revolucionária e separatista. Justaposta essa situação e com base mais sólidas, foi fundamentada no século XIX a Capitania de Minas Gerais que colocou em seu lábaro a frase latina, utilizada mil quinhentos anos antes por um poeta romano clássico.

E quem foi ele?

Publius_Vergilius_Maro1Seu nome era Publius Vergilius Maro, o famoso Virgílio, autor de três grandes obras da literatura latina: as Éclogas, as Geórgicas e a Eneida. Atribui-se a ele uma ampla influência  na literatura ocidental. Ele inclusive figurou no clássico a Divina Comédia, do italiano  Dante Alighieri, nascido mais de mil anos depois dele. Nessa obra Virgílio aparece como guia de Dante pelo inferno e purgatório.

Mas quando foi que Virgílio proferiu essa frase?

Ao desenvolver um dos diálogos da obra poética “As bucólicas de Virgílio”, o autor romano escreveu:

 “Libertas quae sera tamen respexit inertem
Candidior postquam tondenti barba cadebat;
Respexit tamen et longo post tempore venit
Postquam nos Amaryllis habet, Galatea reliquit”.

“A liberdade que (é) tardia, contudo olhou (para mim) inerte
Depois que a barba caía mais branca de mim, que a cortava;
Olhou para mim, todavia, e veio depois de longo tempo
Depois que Amaryllis me tem e Galateia me deixou”.

Com esse trecho Virgílio não somente incrementou sua primeira Écloga (poema pastoral, desenvolvido em geral em forma de diálogo), mas inspirou séculos mais tarde a divisa de um povo.

Mas, por certo aspecto essa frase também pode ser utilizada pelas pessoas de fé nos tempos atuais. Sim, por aqueles que muitas vezes tentam viver honestamente de acordo com a filosofia do Evangelho e são oprimidos sub-reptíciamente pelas modas e costumes insanos; por aqueles que desejam praticar as virtudes e muitas vezes são escarnecidos.

Para esses homens e mulheres chegará o momento oportuno predito por Nossa Senhora em Fátima ao dizer “por fim meu Imaculado Coração Triunfará”. Por isso, hoje mais do que nunca esses almas de truz podem exclamar confiantes: – Liberdade ainda que [pareça ser] tardia!

Essa é a reflexão do dia!