Pe. Royo MarínA misericórdia do Altíssimo atua muitas vezes tão discreta, a ponto de não nos darmos conta dos maravilhosos efeitos produzidos no plano sobrenatural, em união com a Igreja, por um gesto simples, uma matéria comum, e algumas palavras fáceis de memorizar, quando as águas do santo Batismo caem sobre as frontes dos fieis.

Por isso resolvemos extrair um excerto bastante elucidativo do Pe. Royo Marín – notável dominicano espanhol – sobre essa portentosa graça que nos torna filhos e filhas de Deus.

Missa Dominical-Tabor

O Sacramento do Batismo produz, naquele que o recebe, uma série de divinas maravilhas. Eis as principais:

1) Infunde a graça santificante, com o matiz especial de graça regenerativa, que é a própria do batizado, tornan- do-o capaz para a recepção dos demais Sacramentos.

2) Converte o batizado em templo vivo da Santíssima Trindade, pela divina inabitação em todas as almas em estado de graça.

3) Infunde o germe de todas as virtudes infusas e os dons do Espírito Santo.

4) Torna-o membro vivo de Jesus Cristo, como ramo da divina Videira (Jo 15, 5).

5) Imprime o caráter batismal, o qual o torna membro vivo do Corpo Místico de Jesus Cristo, que é a Igreja, e lhe dá uma participação real e verdadeira (embora incompleta) no sacerdócio de Jesus Cristo. Esta participação sacerdotal se aperfeiçoa com o caráter do Sacramento da Confirmação e se completa com o caráter do Sacramento da Ordem.

6) Apaga totalmente da alma o pecado original e todos os pecados atuais, antes cometidos; esses pecados não são apenas cobertos, mas apagados de fato, e de forma definitiva. Assim o definiu expressamente o Concílio de Trento (D n. 792).

7) Perdoa toda a pena devida pelos pecados, tanto a temporal como a eterna. De modo que se um pecador recebe o Batismo no momento da morte, entra imediatamente no Céu, sem passar pelo Purgatório. Foi o que ensinou o Concílio de Florença (D n. 696) e o de Trento definiu (D n. 792).

(ROYO MARÍN, OP, Pe. Antonio. Somos hijos de Dios. Madrid: BAC, 1977, p. 69-70).