Numa bela manhã de domingo, em uma pequena cidadezinha do interior da Itália, um jovenzinho de 12 anos chamado Pietro acordava feliz com a luz do sol entrando pela janela do seu quarto. Pietro levantou, abriu a janela e ficou a admirar o canto dos pássaros diante do nascer do sol naquela manhã de primavera. Pietro tomou o café da manhã com seus pais e como era de costume aos domingos, foram juntos à santa missa na pequena capelinha de São Paulo, uma capelinha que ficava próxima ao vilarejo em que moravam. O jovenzinho fazia parte do coral da capela, tinha uma bela voz e se sentia muito feliz por cantar e poder ajudar de alguma forma a tornar as celebrações mais bonitas.

Bom menino, Pietro tinha boas notas na escola e sempre ajudava sua mãe, senhora Antonieta, nas tarefas de casa, apesar de ser bem desajeitado e volta e meia deixar algo cair e quebrar. Seu pai, senhor Godofredo, era pintor, pintava belos quadros, e algumas vezes tentou ensinar seu filho a pintar, mas era um desastre, sujava todo o chão e não fazia desenho algum. Pietro gostava mesmo era de cantar, cantava todos os dias e aguardava ansiosamente o domingo para cantar novamente no coral.

Os meses foram passando e chegara o inverno, que naquela cidadezinha era rigoroso pois é localizada em uma região muito fria da Itália. Em uma daquelas manhãs frias de inverno, uma ventania rondava aquela pequena cidadezinha, e algo aconteceria com o jovem Pietro. Quando Godofredo o chamou para tomarem café ele não respondeu, espantado seu pai foi ver o que tinha acontecido, viu então que seu filho estava sem voz. Aquele frio fora do comum tinha deixado o menino sem voz. O jovenzinho não parava de chorar, pois o que mais gostava de fazer era cantar e agora não poderia mais pois não saia som algum de sua boca.

A partir daquele dia, Pietro não tinha animo para mais nada, não queria mais ir à missa pois começou a se sentir inútil porque o que fazia com mais alegria e empenho não poderia mais fazer.

 Os pais do menino sempre muito católicos não deixaram ele desanimar e insistiram que o mais importante era ele ir à missa e perseverar. Sua mãe dizia: “– Deus se alegra com sua presença na casa Dele meu filho” e Pietro com seu olhar acatou o que seus pais disseram e continuou indo à missa com eles mesmo muito triste por não poder cantar no coral que tanto gostava.

 Passaram-se então alguns meses, e durante uma missa de domingo, algo chamou a atenção de Pietro, uma linda borboleta azul que pousara nas flores que estavam no altar. O jovem então começou a observar o quão bonito era o altar da igreja, na qual frequentava a anos e não havia parado pra pensar o quanto aqueles detalhes deixavam o ambiente tão esplendido. Logo então o menino teve a ideia de se oferecer para ajudar na decoração da igreja, mas sempre desajeitado pensou consigo mesmo: “—Será que eu sirvo para isso? Sou tão desajeitado, deixo tudo cair, não sei se iria conseguir…”. Ao final da missa Pietro foi até a imagem de São Paulo que ficava na lateral da capelinha e na imagem estava escrita uma frase do apóstolo: “—Deus ama ao que dá com alegria” nesse momento ele se entusiasmou e se ofereceu para ajudar na arrumação da pequenina capela. Começou então a todos os domingos com muita alegria preparar a capelinha para as santas missas dominicais.

Meio desajeitado certa vez Pietro derrubou as flores do altar pois sua blusa havia agarrado na toalha do altar, e ficou com muito medo do padre Manoel, antigo padre da capelinha, ficar bravo com ele, mas o bom vigário sabia das dificuldades do pequeno Pietro.

Ao longo do tempo Pietro ia se sentindo cada vez mais feliz por poder estar ajudando a igreja e sempre após as missa ia até a imagem de São Paulo rezava agradecendo e pedindo que sua voz voltasse e que pudesse cantar novamente.

Num daqueles domingos, Pietro enfeitou o altar com lindas flores e deixou tudo organizado para a santa missa, como fazia todos os domingos. Pietro se sentou e assistiu à missa, sempre muito atencioso e compenetrado no que o padre falava. Ao final da missa já se preparava para ir à imagem de São Paulo como sempre fazia após as missas, o padre Manoel então deu a benção final: “—Em nome do Pai e do Filho e do Espirito Santo…”

 “—Amém “, uma linda voz havia respondido de modo meio precipitado e se sobrepôs a todas as vozes da pequenina capela, era ele, Pietro que havia acabado de receber a graça tão pedida e todos olharam surpresos para aquele menino que a tempo não falava. Pietro com os olhos cheios de lágrimas, chorando dessa vez de alegria, foi até a imagem de São Paulo agradecer pela graça recebida.

Em nossa vida teremos tempos de primavera e tempos de inverno, Deus quer de nós a perseverança para continuarmos em seu caminho e ele nós dará forças para vencermos os tempos difíceis. Se somos confiantes e oferecemos nossa vida a Ele com alegria, Deus nos recompensará com toda sua bondade!