Ao interrogar Jesus, Pilatos perguntou:
— És tu o rei dos judeus?
Jesus respondeu:
— Sim.
Durante o arremedo de julgamento, Pilatos ainda se refere várias vezes a Jesus com “Rei dos judeus”. Após Jesus ser condenado neste “processo”
— o mais injusto de toda História (1) —, Pilatos fez afixar na Cruz o letreiro “Jesus Nazareno Rei dos judeus”.
De fato, Jesus sendo Deus feito Homem, tinha por natureza a condição, a dignidade e a prerrogativa de Rei. A Santa Igreja o celebra como Cristo Rei no final do ano litúrgico.
Por isso, e pelo fato de ter-se tornado Mãe de Deus, Maria Santíssima é Rainha. É o que a Igreja comemora a cada dia 22 de agosto. Diz Santo Afonso de Ligório: Se Jesus é Rei do universo, do universo também Maria é Rainha. (…) estão sujeitos ao domínio de Maria os Anjos, os homens e todas as coisas no Céu e na Terra”. (2)
RAINHA DOS CORAÇÕES
“São Luís Grignion de Montfort faz referência a essa linda invocação que é Nossa Senhora Rainha dos Corações.
Como coração entende-se, na linguagem das Sagradas Escrituras, a mentalidade do homem, sobretudo sua vontade e seus desígnios. Nossa Senhora é Rainha dos corações enquanto tendo um poder sobre a mente e a vontade dos homens.
Este império, Maria o exerce, não por uma imposição tirânica, mas pela ação da graça, em virtude da qual Ela pode liberar os homens de seus defeitos e atraí-los, com soberano agrado e particular doçura, para o bem que Ela lhes deseja.
Esse poder de Nossa Senhora sobre as almas nos revela quão admirável é a sua onipotência suplicante, que tudo obtém da misericórdia divina. Tão augusto é este domínio sobre todos os corações, que ele representa incomparavelmente mais do que ser Soberana de todos os mares, de todas as vias terrestres, de todos os astros do céu, tal é o valor de uma alma, ainda que seja a do último dos homens!” (3)
“Façamos, então, a Nossa Senhora este pedido: ‘Minha Mãe, sois Rainha de todas as almas, mesmo das mais duras e empedernidas que queiram abrir-se a Vós. Suplico-Vos, pois: sede Soberana de minha alma; quebrai os rochedos interiores de meu espírito e as resistências abjetas do fundo de meu coração. Dissolvei, por um ato de vosso império, minhas paixões desordenadas, minhas volições péssimas, e o resíduo dos meus pecados passados que em mim possam ter ficado. Limpai-me, ó minha Mãe, a fim de que eu seja inteiramente vosso’”. (4)
O PODER DE MARIA RAINHA
Sobre o título de Nossa Senhora Rainha, não menos eloquentes são estas palavras do Papa Pio XII: “A realeza de Maria (…) penetra até no mais íntimo dos corações e os toca na sua essência profunda, no que eles tem de espiritual e imortal.(…) Assim como Ela envolveu no seu manto o Divino Menino, primogênito de todas as criaturas e de toda a criação (Col. I, 15), assim também digne-se agora envolver todos os homens e todos os povos com a sua vigilante ternura”. (5)
Tenhamos bem presente a promessa de Nossa Senhora em Fátima, que se aplica também às nossas necessidades individuais, mas sobretudo à situação em que se encontra o mundo:
“Por fim o meu Imaculado Coração triunfará!”.
(1)Sobre a extrema irregularidade deste “julgamento” veja http://juizdefora.blog.arautos.org/?s=O+maior+erro+judici%C3%A1rio&submit=Pesquisa
(2)Santo Afonso Maria de Ligório, Glórias de Maria Santíssima”, 6ª Ed. Vozes, Petrópolis, p. 23.
(3) Plinio Corrêa de Oliveira, Conferência em 22/5/1968, in Mons. João Scognamiglio Clá Dias, EP, Pequeno Ofício da Imaculada Conceição Comentado, ACNSF, 2ª Ed. 2010, p.55
(4)Idem, idem.
(5) Pio XII. Discurso no solene rito mariano de 1 de novembro de 1954. In Documentos Pontifícios. Vozes, Petrópolis, 1955, p. 20-21.
Ilustrações: Arautos do Evangelho, Domínio Público
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