Já deve ter ocorrido com quem lê este post, um fato corriqueiro, mas do qual se pode aprender algo: toca o telefone; Soa uma, duas, três, oito vezes… E estamos ocupados ou atrapalhados por algo. Quando nos desembaraçamos e pegamos o fone… desligaram…
O mesmo pode ocorrer com coisas mais importantes que um simples telefonema. Com algo inestimável para nós.
Há algo mais inestimável do que realizar os planos de Deus a nosso respeito? Dentro deste inestimável, há um Inestimável — com maiúscula: vermos a Jesus, seguirmos a Jesus, “ouvir” o que Ele misericordiosamente quer nos dizer.
Estamos atentos a isso?
Para que não ficasse dúvida que, estando Ele bem perto, por vezes não O vemos, há o fato narrado pelo Evangelho com os discípulos de Emaús.
Apesar de terem caminhado longamente com Jesus, de O terem até convidado para permanecer com eles, pois ‘se fazia noite’, só quando Jesus partiu o pão é que O reconheceram.
Entretanto, tinham eles, conforme suas próprias palavras sérios indícios de que era o Mestre que com eles caminhava: “Não é verdade que sentíamos o coração abrasar-se quando Ele nos falava?”
Por outro lado Jesus devia ser tão caracteristicamente Ele mesmo, um Deus feito homem, que no simples gesto dEle partir o pão, O reconheceram.
Mas tão logo O reconheceram, Jesus “desapareceu dos seus olhos”. E eles voltaram a Jerusalém para dar notícia aos Apóstolos.
Quantas vezes algo semelhante dá-se conosco: a voz da graça convida-nos para a prática de uma virtude, para evitar um mal, uma falta — e não damos atenção. Talvez o burburinho do cotidiano abafe essa voz… Ou, às vezes, nossa preocupação desmedida pelo cotidiano não nos deixa ouvir a voz.
Nosso Senhor, por bondade, fica um pouco mais e só diante de alguma evidência prestamos atenção.
Muito provavelmente os discípulos de Emaús são santos e, no Céu, intercedem por nós. Peçamo-lhes que não nos deixe perceber Jesus tarde demais, mas, pelo contrário, estejamos atentos à mínima inspiração da graça, da qual Ele É a fonte e Maria Santíssima a dispensadora, ou, como a chama a Igreja, a “Medianeira Universal de todas as graças”.
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