Olhando o céu à noite, longe de qualquer iluminação, contemplamos miríades de astros. Seu número é literalmente incontável, os tamanhos por vezes milhões de vezes maior que o nosso sol, as distâncias dificilmente avaliáveis.
De dia podemos ver a imensa diversidade de seres, desde uma árvore colossal até minúsculos insetos. Há ainda o universo de seres microscópicos, milhões dos quais podem caber no ponto final desta frase.
E tudo isso foi criado num simples ato de vontade de Deus. “Faça-se” — “Fiat”, em latim — e tudo foi feito.
Há, porém, um outro “Fiat”, um outro “Faça-se”, mais portentoso que este. Qual?
Este outro “Fiat”, mais portentoso que o da criação do universo material, foi o “Faça-se” da Virgem Maria, ao responder às palavras do Anjo: “Faça-se em mim segundo a tua palavra”.
Com esse “fiat”, Deus encarnou-se no seio puríssimo de Maria Santíssima.
A Redenção teve início, a vida da graça foi franqueada ao homem que a perdera pelo o pecado. Jesus veio ao mundo, fascinou-o por sua pessoa, suas palavras, seus milagres… sua morte. Pouco antes desta, fundou sua Igreja, constituiu São Pedro seu primeiro Papa e prometeu que “as forças do inferno não a venceriam”.
Estabeleceu os Sacramentos, instituiu a Hierarquia que devia ministrá-los e ensinar a verdade.
Inicia-se para nós a vida da graça que podemos ter e as maravilhas com que as almas santas enchem o mundo e a História. É-nos franqueada a recompensa eterna, desde que sejamos dóceis à vontade de Deus e vivamos de sua graça.
De tal maneira este “Fiat” marcou a História que esta se divide em antes e depois de Cristo.
A comemoração deste dia no calendário cai no dia 25 de março, ou seja, nove meses antes do Nascimento de Jesus. Este ano, tendo a data caído na Semana Santa, a Igreja sabiamente a transfere para a segunda-feira em que estamos.
Foi a santidade incomparável de Maria, sua humildade profunda e sua pureza imaculada que levaram o anjo a saudá-la: “Ave, cheia de graça, bendita és tu entre as mulheres” e “achastes graça diante de Deus”. Por isso continua o Anjo: “ conceberás no teu ventre e darás a luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus”.
Era o Messias, desejado e pedido a quatro mil anos pelos Patriarcas e Profetas do Antigo Testamento. Quaro mil anos de espera. E só Nossa Senhora “achou graça diante de Deus”, e com isso o Filho de Deus “se fez carne e habitou entre nós”.
Lindíssimas palavras! Toca-nos profundamente este “Fiat”dado por Maria Santíssima… peçamos a Ela muita resignação!
E somos os grandes beneficiários deste “Fiat”. Demos graças a Deus!