Logo no início do primeiro livro da Bíblia, o Gênesis (Gn 3, 15), há um trecho considerado como o Protoevangelho, ou seja, o primeiro Evangelho, ou o precursor do Evangelho.
Neste primeiro anúncio da Boa-Nova há uma síntese do mistério da Redenção e a profecia da vitória final do Bem.
Ali, os pés de uma Mulher sem medo e sem mancha esmaga a cabeça da serpente e os filhos dEla iniciam um combate que perdurará até o fim do mundo.
Quem será esta Mulher misteriosa? E quem serão estes filhos que lutarão contra os filhos da serpente?
Durante séculos a Humanidade também participou desta interrogação.
O Pentateuco, — os primeiros cinco livros da Bíblia — memorial da criação do mundo, já começa com este oráculo cheio de mistério: um misterioso combate que será decidido por uma misteriosa mulher.
É de se supor que o próprio demônio não tenha entendido bem a ameaça do Criador: “Porei inimizades entre ti e a Mulher, entre a tua descendência e a descendência dEla; tu armarás traições ao seu calcanhar, mas Ela te esmagará (IPSA CONTERET, em latim) a cabeça”.
Não terá o pai de toda a maldade, procurado, ao longo dos séculos, com esmerado e odiento zelo, encontrar esta Mullher para se subtrair ao seu calcanhar? Ou como diz o Gênesis, tentado “armar traições” para infundir-lhe o veneno no calcanhar? Que pânico teve ele quando nasciam mulheres lhe faziam lembrar a terrível profecia?
Salomão parecia antever a chegada desta Mulher quando escreveu: “Quem é esta que se levanta como a aurora, bela como a lua, brilhante como o sol, terrível como um exército em ordem de batalha? (Ct.6,10)
Se nos reportarmos ao Apocalipse, último livro da Bíblia, narrando os embates definitivos da História, vemos novamente, esta misteriosa mulher tal como nos apresenta Salomão.
A serpente vinha destruindo tudo, entretanto pára diante da Mulher e deseja devorar o filho que Ela está para dar a luz. A batalha é feroz, mas a Mulher acaba triunfando sobre o dragão.
Do Gênesis ao Apocalipse ela está presente. E sempre como a terrível inimiga da serpente. É a Mãe e patrona de todos aqueles que travam combate contra o demônio e seus sequazes.
A respeito dEla é que Jesus se referia quando, em inúmeros momentos da vida, chamou Maria Santíssima de “Mulher”, para que constasse a seus contemporâneos e aos séculos futuros que sua Mãe era Aquela guerreira vitoriosa, prometida no início dos séculos, esmagando definitivamente a cabeça da serpente infernal.
“A descendência da Mulher” de que nos fala a profecia é sem dúvida o “Fruto de seu Ventre”, Jesus, o Homem-Deus. Mas, participamos também nós desta filiação, pois que a recebemos como Mãe na pessoa de São João, aos pés da Cruz.
Saibamos ser verdadeiros filhos da Virgem Santíssima, inimigos da serpente maldita e de seu fruto, o pecado. Esmagemo-la em todas as ocasiões ao se levantar, armando traições em nossas vidas.
Como prometeu em Fatima “por fim meu Imaculado Coração Triunfará. Trinfai logo, ó Maria. Nick