Certamente estão indagando-se: – Como assim? Um dia que não existiu?

Sim, isso mesmo: o dia 5 de outubro de 1582 não existiu. E por quê?


O calendário em vigor (até o dia 4 de outubro de 1582) foi estabelecido pelo imperador Júlio César no ano 46 antes de Cristo. O cálculo astronômico feito então foi quase perfeito. Porém, com o passar dos séculos, , percebia-se uma diferença: as estações do ano estavam “chegando” cada vez mais cedo.

Nesse meio tempo o Império Romano havia desmoronado, dando lugar à Cristandade Medieval e o consequente avanço da cultura e das ciências. Com base em cuidadosos estudos a diferença era evidente: estava-se vários dias “na frente” do calendário. Mas quem ousaria propor a mudança? Quem teria autoridade moral para fazê-lo?

Apenas uma instituição gozava de crédito universal e inquestionável: a Igreja Católica.

A Igreja protetora das ciências

O Papa Gregório XIII designou uma comissão de astrônomos e outros especialistas para estudar o problema e propor soluções.

Feitos os cálculos com toda precisão, verificou-se que a data real seria de mais dez dias, pois o calendário anterior não previra o ano bissexto para compensar as quase seis horas excedentes aos 365 dias do ano. Assim, por decreto pontifício, à meia noite do dia 4 de outubro passar-se-ia para o dia 15 de outubro e seria adotado o ano bissexto.

Consequência pitoresca

Exatamente no dia 4 de outubro de 1582 faleceu na Espanha a grande Santa Teresa de Jesus. Enterrada no dia seguinte, nas atas consta como sendo dia 15 de outubro…

De certa maneira Deus a atendeu em passar despercebida até na morte: se alguém procura o seu enterro no dia 5 de outubro, não o encontra, porque esse dia “não existiu”…

Dessa maneira preteriu-se o calendário ‘juliano’ e até hoje se utiliza o calendário ‘gregoriano’.

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Agora vem uma curiosidade. Acertou-se as datas, mas o meses continuaram com os mesmos nomes. Donde surgiu a designação deles? Saiba em breve.