Por Felipe França

Existe uma certa analogia entre a subsistência de nosso corpo com a de nossa alma. Sem alimento o corpo é susceptível ao enfraquecimento e à morte. Assim também a alma tem necessidade de alimento espiritual.

Ao ser perguntado em que consiste o alimento para alma, respondeu o Prof. Plínio Corrêa de Oliveira: “O alimento é a Eucaristia. Jesus Cristo, distribuindo a Graça pela Eucaristia, é o única capaz de nos fazer viver eternamente”.

Para recebermos dignamente a Eucaristia, além de uma boa confissão, a Santa Igreja recomenda o “jejum eucarístico” de uma hora. Houve tempo em que era necessário o jejum desde a meia noite do dia anterior.

Nas índias inglesas, um pobre cego andara vinte e quatro quilômetros para comungar num domingo. Estando a assistir à Missa, não percebeu o momento da comunhão; quando se levantou para ir comungar, foi avisado que já era tarde. No dia seguinte, às seis horas, chegava o cego à igreja para fazer a santa comunhão; mas, o padre, chamado para um doente, celebrara a Missa às quatro horas, e não voltaria antes do meio dia. Desolado, depois de fazer algumas orações, chorando o pobre cego retornou para casa.

Na terça-feira, de madrugada, notam que o velho cego está à porta da Igreja quase desmaiado. O Missionário, que narra este fato, corre e chama-o pelo nome.

– Padre, dai-me a santa comunhão! Desde domingo que estou em jejum.

– É demais! É demais! Olhe que nem pode ficar em pé; venha tomar antes um pouco de alimento.

– Não, padre, não! Tenho mais fome do bom Deus do que de comida. Dai-me a santa comunhão.

O padre logo deu a santa comunhão ao pobre cego e, antes de tomar qualquer alimento, quis fazer ainda quinze minutos de ação de graças.

Mons. João Clá comenta que “Se tivéssemos a possibilidade de comungar uma única vez durante a vida poderíamos dar toda a nossa existência por muito bem empregada. E Ele Se oferece a nós diariamente… Que insondável misericórdia!”.

O homem da história durante três dias se alimentou unicamente do desejo de receber Nosso Senhor na Eucaristia. E nós? Como nos preparamos para receber o autor da Graça?