Em 24 de junho de 1859, os exércitos francês e piemontês enfrentaram as tropas da Áustria na terrível batalha de Solferino. Houve ao todo cerca de 40 mil vítimas, cujos corpos jaziam pelos campos sem assistência médica, apenas com o limitado socorro prestado pelos habitantes dos povoados vizinhos.
Presenciou essa triste situação o suíço Jean-Henry Dunant, que pouco depois fundou uma associação internacional com a finalidade de prestar auxílio médico nos conflitos bélicos. Como distintivo adotou a bandeira nacional de seu país, invertendo as cores.
Nessa mesma batalha, porém, heróis revestidos de hábito religioso com uma grande cruz latina vermelha tornavam realidade os anseios de Dunant antes que ele pudesse efetivá-los. Eram filhos de São Camilo de Lellis, um antigo soldado, que saíram do convento de Castiglione delle Stiviere para auxiliar os feridos.
Embora seu campo de ação habitual estivesse nos hospitais, não era a primeira vez que os membros da Ordem dos Clérigos Regulares Ministros dos Enfermos se dedicavam a essa tarefa, pois nos albores do século XVII haviam sido enviados pelo Papa Clemente VIII para atender as vítimas de outras batalhas. Juntou-se a eles religiosas dedicadas ao mesmo ideal.
Heróicos e competentes no cuidado dos corpos, não é essa, entretanto, a única nem a principal preocupação dos camilianos. A cruz que levam ao peito foi escolhida pelo fundador como símbolo da presença de Cristo na atenção aos enfermos, muito mais confortadora que os mais esmerados cuidados médicos.
Que interessante! Vemos a Cruz vermelha em tantos lugares e quantos não sabem o porquê dela. Como é belo o papel da Igreja e de suas Ordens religiosas em toda a história. Obrigada pelo artigo.