Um cientista vivia preocupado com os problemas do mundo e estava decidido a encontrar meios para resolvê-lo. Passava dias em seu laboratório em meio a livros, e computadores, em busca de resposta para as suas dúvidas.
Certo dia…
Certo dia, seu filho de sete anos invadiu seu “santuário”.
— Papai, faz três dias que o senhor não brica um pouquinho comigo… Vamos brincar um bocadinho lá fora. Aí o senhor também descansa…
O cientista tentou por vários meios demover a criança de seu propósito. O filho, porém, era pertinaz e foram inúteis todos os argumentos: ele não saia.
Vendo que seria impossível demovê-lo, o pai procurou algo que pudesse lhe ser dado para distrair sua atenção. De repente, encontrando uma revista com o mapa do mundo, teve uma ideia: com uma tesoura, recortou-o em pedacinhos e entregou-os ao filho, junto com um rolo de fita adesiva, dizendo;
— Você gosta de quebra-cabeças não é?…
— Uh! Se gosto!
— Então vou lhe dar o mundo para consertar. Aqui está ele, todo estraçalhado. Trate de pô-lo em ordem. Cole tudo direitinho com essa fita adesiva.
Calculou que a criança, como não conhecia a localização dos países, levaria dias para recompor o mapa, e o deixaria trabalhar sossegado.
Qual não foi a sua surpresa quando, pouco tempo depois, ouviu a voz do filho que o chamava calmamente:
— Pronto papai, já fiz tudo!
A princípio o pai não acreditou; pensou que a criança tinha colado tudo de qualquer jeito. Julgou impossível um menino daquela idade recompor tão rapidamente um mapa que não conhecia.
Apesar disto, resolveu olhar, certo que veria um “trabalho de criança”. Mas, para sua surpresa o mapa estava corretamente montado; todas as partes estavam coladas nos devidos lugares. Como o menino teria sido capaz dito!?
— Você não sabia como era o mundo, meu filho. Como conseguiu?
— É verdade, pai, eu não sabia como era o mundo. Mas quando o senhor tirou o papel da revista. Vi que do outro lado havia a figura de um homem. Tentei primeiro consertar o mundo, mas não consegui. Então virei os recortes e comecei a consertar a figura do homem. Quando terminei, virei a folha e vi que tinha consertado o mundo…
A inocência tem muitas vezes a solução para problemas aparentemente complicados.
Não é bem verdade que as muitas crises que abalam o mundo de hoje não são senão múltiplos aspectos de uma só crise fundamental que tem sua origem no próprio homem, nos problemas de alma mais profundos. E que daí se estendem para todos aspectos da personalidade do homem e para todas usa atividades?
Pense nisso…
É nesse aspecto que vamos tendo certeza que o problema são as loucuras dos homens que acabam com o mundo.
Uma criança inocente tem sempre muito a nos ensinar. A exemplo de Santa Terezinha devemos buscar nosso nome entre as estrelas para ver a alegria da criança que está em nós, e que não deve crescer, pois se crescer vai perder a alegria das coisas simples e das fantasias inocentes. Há uma tendência em nós para acreditarmos naquilo que dominamos com a razão. Ora, a Deus não se domina. Ele quer de nós o que existe no comportamento de uma criança inocente: simplicidade, docilidade, desinteresse e aceitação que dispensa razões e explicações mais complicadas. “O Reino dos Céus é para aqueles que se assemelham às criancinhas” (Mt 19,14).