“O bobo aprende apanhando; o inteligente aprende vendo os outros apanharem; e o burro nem apanhando aprende”.

Estava num dos estados do norte quando ouvi o espirituoso ditado acima; memorizei-o, pois expressa muito bem a realidade.

Se há gente que nem apanhando aprende, os bobos pelo menos estão em melhor “rankging”, pois, afinal, aprendem.

Parece incrível, mas isso veio-me à cabeça… assistindo à Missa no Domingo passado.

Explico-me.

Domingo foi a comemoração da Ascenção de Jesus aos Céus. O ditado acima veio-me a memória quando foram lidas as últimas palavras de Jesus antes subir aos Céus:

“‘Esperai a promessa do Pai, da qual vós me ouvistes falar: (…) sereis batizados com o Espírito Santo dentro de poucos dias’. Então [os Apóstolos] perguntaram a Jesus: ‘Senhor, é agora que vais restaurar o reino de Israel?’

Jesus, em sua bondade, não entra no mérito da pergunta e responde de modo a dar-lhes ânimo para a missão que lhes deixara de pregarem “até os confins da terra”. São essas as ultimíssimas palavras do Divino Mestre.

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O que suscitou a ideia da “cabeça dura” dos Apóstolos? Para entender, voltemos um pouco atrás nas narrações evangélicas.

Inúmeras vezes os Apóstolos perguntam a Jesus sobre esse “reino de Israel”. Em todas essas ocasiões, Jesus deixa claro que “seu reino não é deste mundo”. E procura desfazer a ideia errada de um triunfo material neste mundo.

Nesta última vez, ante a alegre notícia da vinda do Espírito Santo que os confirmaria na Fé para irem “até os confins da terra”, perguntam… sobre o “reino de Israel”!

É preciso ter muita cabeça dura…

Na nossa vida cotidiana, quantas vezes corremos o risco de agir de modo semelhante? Fazemos de coisas fugazes o nosso “reino de Israel” e esquecemos que fomos feitos para um reino eterno, “que não é deste mundo”.

Se a Providência permitiu que essa visão tão estreita ocorresse com os póstolos, perece revelar que é um hábito muito comum à natureza humana. Acautelemo-nos,pois.

Pelo menos, “sejamos bobos”: aprendamos com os Apóstolos…