São Luís Grignion afirma no Tratado da verdadeira devoção à Santíssima Virgem “os encantos admiráveis com que o próprio Deus havia ornado a aparência exterior [de Nossa Senhora]. São Dionísio, o Areopagita, (…) diz que, quando a viu, tê-la-ia tomado por uma divindade, tal o encanto que emanava de sua pessoa de beleza incomparável, se a fé, em que estavabem confirmado, não lhe ensinasse o contrário”.(1)
Quem é São Dionísio Areopagita que teve a ventura de conhecer pessoalmente Nossa Senhora?
São Lucas nos Atos do Apóstolos refere-se a Dionísio (At 17, 34) na narrativa do apostolado de São Paulo no Areópago de Atenas. Este era um misto de Senado, academia de filósofos e corte suprema de justiça. A graça, servindo-se da eloquêcia de São Paulo, tocou a fundo o coração de Dionísio, convertendo-o das trevas do paganismo para a luz da verdadeira fé.
Dionísio após a conversão conheceu pessoalmente São Pedro, São Tiago e o Evangelista São lucas, este em Éfeso. Em Éfeso vivia nada mais que Nossa Senhora. Foi aí que Dionísio A conheceu e foi objeto do zelo apostólico da Mãe do Salvador. Seu primeiro encontro com Maria Santíssima proporcionou o comentário a que se refere São Luís Grignion.
Primeiro Bispo de Atenas
Confirmado assim na fé, de volta a Atenas foi sagrado por São Paulo seu primeiro Bispo. São atribuídas a São Dionísio inúmeras obras doutrinárias e narrativas históricas, nas quais relata muitos fatos dos quais foi testemunha ocular ou ouviu diretamente das mesmas. Entre estas últimas estão vários Apóstolos ou discípulos contemporâneos a Jesus.
Devido ao rápido crescimento da comunidade cristã, os pagãos procuravam obstaculizar por todos modos. Tal ódio logo teve como alvo a Dionísio que foi condenado à morte pelo fogo.
Uma frase sua sobre Nossa Senhora mostra como Ela era venerada pelos primeiros cristãos: “[Maria] é Fonte da Vida, que recebeu o Deus Encarnado”. (2)
(1) São Luís Grignion de Montfort, Tratado da verdadeira devoção à Santíssima Virgem, Ed. Vozes, Petrópolis, 46ª edição, nº 49, p. 52-53.
(2) São Dionísio Areopagita, Obras Completas, São Paulo, Ed. Paulus, 2004.
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