A origem do xadrez mais provável é datada do século VI a.c. de uma lenda indiana que fala de um rajá que estava em depressão por ter pedido seu filho em batalha, deixando pelo amargor da perda os cuidados de seu reino. Como cura um sábio da corte de nome Sessa propôs ao rajá um jogo, o chaturanga – que significava “quatro reis” – consistindo num tabuleiro com 64 casas brancas e escuras e peças que faziam representação da infantaria, a cavalaria, os carros de combate, os condutores de elefantes, o principal vizir e o próprio rajá.
O rajá ficou feliz com a novidade e disse que Sessa poderia pedir o que desejasse em retribuição pelo invento. Este pediu apenas um grão de trigo, na primeira casa do tabuleiro, duas para a segunda casa, quatro para a terceira, e assim por diante, dobrando a quantidade até chegar a casa de 64. O rajá então encarregou seu vizir de arrumar o trigo, porém assim que calculou quanto precisava, verificou ser uma quantidade superior a existente desse grão em todo reino. Reconheceu não conseguir pagar o preço e elogiou a engenhosidade deste pedido que o deixou ainda mais admirado.
Da Índia esse jogo se espalhou para o mundo, mas o que teria tal jogo para nos ajudar na vida espiritual?
A resposta é simples. Desde o século XII o xadrez era utilizado para os sermões como uma metáfora no ensino de ética e moral. Estes trabalhos eram denominados moralidades e se tornaram muito populares na época. A primeira obra do gênero foi Quaedam Moralitas de Scaccario atribuída inicialmente ao Papa Inocêncio III, que retrata o mundo como um tabuleiro, com as coisas em preto e branco representando a vida e a morte, ou a glória e a vergonha. Santa Teresa de Ávila publicou o trabalho ‘O caminho da perfeição’ onde utiliza a movimentação e capacidades das peças do xadrez como uma metáfora para o progresso moral, destacando a rainha como exemplo de humildade. Santa Teresa foi nomeada a patronesse do xadrez espanhol em 1944 devido a sua famosa menção ao jogo.
Enfim, a utilização desse jogo demonstra que para sermos bons devemos utilizar da melhor forma a nossa inteligência no louvor de Deus, para fazermos as melhores táticas para o serviço de sua glória.
Bom meus caros, apesar de considerarem o xadrez difícil, lembramos hoje dele para incentivar a todos a jogá-lo tendo esses pensamentos mais elevados. De início convidem um parente ou amigo para uma partida. Não tenham vergonha em perder e sejam humildes em ganhar, pois a maior conquista dessa porfia é a aproximação social do próximo, ou seja, dar ocasião de convívio e apostolado. Esta é talvez, hoje em dia nesse mundo de egoísmo, a principal moralidade desse jogo.
Belíssimo artigo! Quando o homem usa sua inteligência e seu invento para glorificar o nome de Deus, isso sim transcende – nos em admiração. Como imaginar que um jogo de xadrez pode servir de apostolado e crescimento espiritual? É belo… E a metáfora nos auxilia no convívio com Deus e com o próximo. Fenomenal!!!!
Belíssimo artigo. Usando a inteligência pra louvar pra cultivar o amor a Deus e ao próximo. Salve Maria.!
Primeiro queria dizer sobre uma curiosidade, embora eu não jogue xadrez, é interessante saber para nos incentivar: o xadrez, assim como determinados jogos desafiadores, promovem saúde mental, tornando o funcionamento cerebral mais rápido; aumenta o quociente de inteligência; ativa a criatividade; ajuda na memória; na capacidade de resolver problemas; no discernimento das escolhas; através do planejamento, ajuda a tomar decisões mais acertadas; e como dito no post, promove a convivência, o estar junto. Enfim, envolve o comportamento humano, a Filosofia e a Sociologia. Sobre a metáfora, assim como num jogo de xadrez, devemos doar o melhor de nós para captar a essência da realidade divina, contemplando e servindo com inteligência, sabedoria e humildade para que Deus seja amado e adorado.
Que usemos a inteligência do xadrez para engrandecer a nossa alma6.