Por Felipe França – Arautos de Campos

Sede sóbrios e vigiai. Vosso adversário, o demônio, anda ao redor de vós como o leão que ruge, buscando a quem devorar” ( I Pd 5, 8).

A vigilância, diz Mons. João Clá,EP, está relacionada com a virtude cardeal da Prudência. “Tal vigilância consiste, antes de tudo, em evitar o pecado, a respeito do qual tão pouco se fala hoje e que, infelizmente, com tanta frequência se comete”.

E, continua nosso fundador: “a verdadeira vigilância, pois, é indispensável para a salvação e antecede até a própria oração, levano-nos a fechar o coração ao pecado e a dele nos afastar, de maneira a não nos entregarmos sequer à menor ofensa a Deus”.

E a vigilância deve ser constantemente praticada, pois um deslize pode ser trágico.

Conta-se uma história do antigo Egito onde Arquias, rei dos tebanos, achava-se reunido em um banquete com os grandes do reino, quando lhe entregaram uma carta de um amigo. Na parte de fora estava escrito: Leia logo! É muito importante! – Ora essa! – exclamou o rei, com ironia, coisas importantes vão ser despachadas amanhã. E continuou a festa sem se preocupar com o conteúdo da carta e com raiva do amigo que o incomodara.

Qual era o conteúdo da carta? Com letras grandes dizia: “MEU CARÍSSIMO, CONJURO-TE A SAÍRES DEPRESSA DE CASA, PORQUE AÍ TE ESPERA O PUNHAL DO ASSASSINO”.

Na manhã seguinte, encontram o cadáver do rei, varado de punhaladas, e, no bolso, a carta fechada. Arquias, o tirano de Tebas, foi assassinado no ano de 478 a.C.

Temos hoje, e não amanhã para estarmos vigilantes!

Na prática qual o significado da vigilância? Responde Mons. João Clá: “Vigiar significa nunca ceder a nada que o demônio possa nos propor. Vigiar significa estar atento, com os olhos abertos, analisando bem de onde vêm os perigos. Vigiar significa arrancar energicamente, sem contemporizações, qualquer raiz de pecado que haja em nós. Tudo o que implica risco para a salvação eterna e para a nossa santificação deve ser cortado, fazendo todo o esforço para perseverar no caminho da perfeição, com vistas a não atrasar o dia magnífico em que Maria Santíssima dirá: “O meu Imaculado Coração triunfou!”