Por José Antônio Dominguez

O Apóstolo virgem, São João, quando foi arrebatado em visão, na ilha de Patmos, narrou o que viu nos céus: “Na minha visão ouvi também, ao redor do trono, dos Animais e dos Anciãos, a voz de muitos Anjos, em número de miríades de miríades e de milhares de milhares, bradando em alta voz: Digno é o Cordeiro imolado de receber o poder, a riqueza, a sabedoria, a força, a glória, a honra e o louvor” (Ap 5, 11-12). E de modo semelhante, o virginal Daniel, o homem fiel a Deus no meio do mundo pagão de Nínive, pôde ver o ambiente da corte celestial em torno do trono de Deus: “Milhares e milhares O serviam, dezenas de milhares O assistiam!” (Dan 7, 10).

Essas frases da Escritura Sagrada revelam-nos que devemos acreditar com viva fé que os Anjos existem em número incalculável, excedendo de muito toda e qualquer ideia que tenhamos de multidão material. Dionísio Areopagita afirma que os “exércitos das inteligências superiores, ultrapassam toda a capacidade de medir ‘fraca e limitada’ das coisas materiais”.

Todos conhecemos a parábola do Divino Mestre sobre a ovelha perdida: um pastor fiel e dedicado, imagem do Divino Pastor, que ao perder uma ovelha, deixa as outras noventa e nove pastando, e vai atrás da que se extraviou. Linda imagem do amor que Nosso Senhor Jesus Cristo devota a cada um de nós. Entretanto, não conterá ela algum outro significado?

“Os exegetas e doutores da Igreja interpretam com um simbolismo todo especial aquela passagem evangélica, quando Nosso Senhor diz: ‘Há mais alegria no Céu por um pecador que se converte do que noventa e nove justos que perseveram’ (Mt 15, 7). Noventa e nove por cento representam o mundo angélico que perseverou, e a humanidade está representada por ‘um’. Ou seja, a proporção entre a humanidade e os Anjos que perseveraram, é de ‘um’ para ‘noventa e nove’.

Imaginem a quantidade de Anjos que existe… é incalculável!”