“Bem-aventurados sois, quando vos injuriarem e, e mentindo, disserem todo mal contra vós por causa de Mim”. (Mt 5, 11)
Precisamente hoje, 19 de agosto de 2017, essa bem-aventurança se faz atual: há exatos 100 anos os pastorinhos de Fátima, Lúcia, Francisco e Jacinta tiveram a confirmação dessa bem-aventurança, pois viram mais uma vez a realização das palavras de Jesus: “Se a Mim perseguiram a vós também perseguirão”.
Relembremos os fatos então ocorridos. Para tal transcreveremos excertos da obra do Mons. João Clá, Fundador dos Arautos do Evangelho, “Por fim o meu Imaculado Coração triunfará!” (1)
Nossa Senhora apareceu em Fátima de maio a outubro de 1917. Sempre no dia 13, conforme prometera. Em agosto, entretanto houve uma exceção. Deixemos a palavra com Mons. João Clá.
A APARIÇÃO DE NOSSA SENHORA DE FÁTIMA EM AGOSTO (2)
Mons. João Scognamiglio Clá Dias, EP
A mais tocante das aparições de Nossa Senhora foi a [de agosto] em que Ela não apareceu.
O dia 13 de agosto [era a] data prevista para a quarta aparição da Mensageira Celeste. A situação das crianças [ — os pastorinhos —], porém, não era nada fácil, Elas estavam no meio de um fogo cruzado, pois, de um lado havia autoridades civis e políticas abertamente contrárias à Religião e, de outro, a prudência da Igreja que suspeitavam serem os pastorinhos massa de manobra para desprestigiar a própria Igreja, ainda que sem culpa.
O administrador do concelho de Vila Nova de Ourém, um anticatólico confesso, mandou intimar os pais dos pastorinhos, com seus filhos. Como não conseguisse nenhum resultado, resolveu usar uma artimanha, levando os videntes até a casa do pároco, para serem interrogados pelo próprio sacerdote.
O pároco querendo “lavar as mãos” e ficar bem com a autoridade civil interrogou Lúcia primeiro. Tendo frustrada a tentativa [o administrador] resolveu usar outra tática. Enganou os pastorinhos [e] sequestrou-os. Desse modo, os pastorinhos passaram o dia habitual das aparições distantes da Cova da Iria.
Nesse ínterim, na Cova da Iria uma multidão, calculada entre cinco a seis mil pessoas, esperava os pequenos videntes. Por volta do meio dia ouviu-se um leve murmúrio, seguido de um estrondo de trovão e um relâmpago, como das outras vezes. Viram, então, uma nuvenzinha branca, transparente e leve, pousar suavemente sobre a carrasqueira por uns instantes. Decerto Nossa Senhora viera e, não encontrando os pequenos, Se retirou.
A PRISÃO DAS CRIANÇAS
Levaram os pequenos para exaustivos interrogatórios, mas as crianças ficaram firmes e tudo foi em vão. Até mesmo ouro lhes fora oferecido.
Depois da sedução das riquezas desta terra partiram para as ameaças, como jogá-las num caldeirão de azeite onde morreriam fritas. E o perverso administrador [os ] encarcerou junto a criminosos comuns.
[O administrador] mandou levar [sucessivamente os três pastorinhos] para, segundo sua ameaça, o caldeirão de azeite fervendo, já que não revelavam o Segredo [que lhes fora confiado por Nossa Senhora]. Não revelaram o Segredo e resistiram àquela cruel perseguição. (…)
Temendo um levante popular e querendo salvar a própria pele, resolveu devolvê-las na residência do pároco de Fátima. (…)
NOSSA SENHORA OS VISITA EM VALINHOS
Em 19 de agosto, num local chamado Valinhos os pastorinhos perceberam algo de sobrenatural prenunciando a chegada da Celeste Mensageira…
Assim narra Lúcia o que aconteceu:
“Vimos Nossa Senhora sobre a carrasqueira.
“— Que é que Vossemecê me quer?
“ – Quero que continueis a ir á Cova da Iria no dia 13, que continueis a rezar o Terço todos os dias. No último mês, farei o milagre, para que todos acreditem” (…)
Em seguida, com uma fisionomia entristecida acrescenta: “Rezai, rezai muito e fazei sacrifícios pelos pecadores, que vão muitas almas para o inferno por não haver quem se sacrifique e peça por elas”.
(1) Mons. João Scognamiglio Clá Dias, Por fim o meu Imaculado Coração Triunfará!, Instituto Lumen Sapinentiae, São Paulo, 2017, pp. 55-67.
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