Os bons exemplos são sempre importantes à pratica da virtude. Em Dona Lucília vemos como uma pessoa, no sagrado âmbito do lar, pôde praticar de maneira excelente as virtudes e não se deixou levar pelo modismo do século XX.A década de 60 trouxe um novo e mais profundo abismo de horrores, tanto em matéria de subversão da ordem natural das coisas; de modos costumes, quanto à decadência moral e de visualização no relacionamento entre as pessoas.

Nessa mesma época, Dona Lucília, já em seus últimos anos de vida, fez brilhar ainda mais suas qualidades e seu modo de ser respeitoso, em contraste com a vulgaridade crescente do mundo moderno.
Toda posição intermediária, vista de um dos extremos, se parece com o outro. O século XIX foi um período de transição entre os esplendores do Ancien Régime- interrompida de forma brusca pelas catástrofes da Revolução Francesa- e as aberrações de nossos dias. Nele, muitas qualidades do período anterior a 1789 se mantiveram vivas: dignidade, distinção, suavidade e doçura de viver. No modo de ser de Da. Lucília brilhavam todas esses predicados.

Embora sua existência tenha transcorrido em grande parte no século XX, era ela uma nobre senhora do século XIX, tendo prolongado isso em torno de si, até o final da sua vida. Tão séria e grave quanto afável, duma afabilidade invariavelmente praticada numa delicadeza em nada parecida com a amabilidade comercial dos nossos dias. Muito pelo contrário, tinha perfeita noção e tratava cada qual segundo o modo de gentileza que a este correspondia.

Por outro lado, era ela digna de veneração por certa grandeza, estável, segura e invulnerável às mudanças dos tempos, própria a realçar o caráter augusto de sua alma, que transpareceu de modo especial nas circunstâncias mais difíceis de sua vida.

Por ter Da. Lucília esse modo de ser profundamente católico, não lhe passava despercebido o avanço da crise que, há muito vinha minando a sociedade. Em função do terrível panorama que no início dos anos 60 se desvendava ante seus olhos consternados,  Dona Lucília elevava suas orações ao Divino Redentor. Bem sabia estar empenhada a fundo no curso dos acontecimentos, para a maior glória de Deus.

Assim devemos seguir seu exímio exemplo. Para Dona Lucília a Religião não se limitava só à observância dos sagrados preceitos da lei de Deus e à prática de piedosas devoções, desligada da boa ordem temporal. Incluía, além disso, uma concepção da vida modelada segundo as revelações e os ditames do Sagrado Coração de Jesus, que deveriam abarcar todo os aspectos da atividades humana, inclusive no modo de ser de uma senhora verdadeiramente católica.