Uma das melhores formas de estimular o amor à natureza é fomentar nas almas a admiração pelas variadas maravilhas postas por Deus, tanto no reino mineral, quanto no vegetal e no animal. E, embora sejamos talvez mais facilmente atraídos a observar a agilidade dos esquilos ou a destreza dos colibris, o reino vegetal, em sua serena imobilidade, não deixa de ter atrativos extraordinários. É o caso das sequoias, altivos gigantes da criação, que vivem nas verdejantes ondulações da Costa Oeste do meu país [Estados Unidos].
Pe Michael Carlson, EP
As sequoias (sequoia semperviens) são as árvores mais altas da Terra. Não são raros os espécimes que ultrapassam os 100 metros. No Reedwod National Park, na Califórnia, encontra-se um exemplar denominado Hyperion,que alcança a incrível altura de115,55 metros. Não se conhece nenhum outro ser vivo com tal estatura.
Parentes próximos delas são as sequoiadendron giganteum, também conhecidas como “sequoias gigantes”. Não alcançam a altura das suas “primas”, mas superam-nas em volume. Um majestoso exemplar dessa espécie foi batizado como General Sherman. Localizado no Sequoia National Park, também na Califórnia, é considerado o maior ser vivo existente na atualidade. Mede 83,8 metros de altura e 12 metros de diâmetro na base, possui 1.486 metros cúbicos de volume e um peso estimado em mais de 1.000 toneladas.
Curiosamente, a reprodução das sequoias é favorecida pelos incêndios florestais. As chamas consomem as plantas menores, mas não conseguem destruir essas árvores gigantes, devido à espessa casca que as protege, podendo chegar até 60 centímetros! O fogo leva ao alto das ramagens o ar superaquecido, este seca e faz abrir os cones onde estão as sementes, espalhando-as em grande quantidade no solo coberto de cinzas. Livres, assim, de concorrentes que lhes disputem a luz do Sol, elas crescem e se multiplicam.
Porém, se as imponentes dimensões das sequoias nos causam tanto pasmo, não é menos impressionante a sua longevidade. A mencionada General Sherman tem sua idade calculada em mais de 2.500 anos. E não é a mais antiga. Baseados no sistema de dendrocronologia, peritos já encontraram exemplares com mais de3.200 anos.
Assim, muitas dessas árvores já eram multisseculares quando Nosso Redentor caminhava pelas estradas da Galileia. Nenhum império ou reino humano foi capaz de superá-las em longevidade!
O homem tem uma alma eterna, mas, no que diz respeito à existência material, as plácidas e estáveis sequoias nos causam admiração. E nossa humanidade, que tantas vezes sucumbe às seduções do orgulho, sente-se pequena diante dessas simples plantas. Elas nos convidam a uma reflexão, com humildade.
(Artigo publicado originalmente na revista “Arautos do Evangelho”, nº 82, outubro de 2008, p. 50-51. Para acessar o exemplar do corrente mês clique aqui )
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