Cortejo, cânticos, incenso…Termina uma cerimônia litúrgica.Os fiéis se retiram pervadidos de seriedade e alegria, como inebriados pelas graças que acabam de receber. Aos poucos o recinto sagrado se esvazia, as luzes se apagam e os homens cedem lugar aos Anjos.
Ir. Ariane Heringer Tavares, EP
Agora, não mais as vozes,mas o silêncio fala. Em profunda solidão permanece ali, feito Hóstia, aquele mesmo Jesus que ensinava as multidões e curava os doentes, a quem obedeciam os ventos e as tempestades e cujo Coração não é senão uma fornalha ardente de caridade.
Em sua companhia, apenas uma tênue luz permanece vigilante, numa espécie de oração contínua junto ao sacrário: a lamparina do Santíssimo Sacramento.
Na escuridão da noite, sua discreta e elegante chama bruxuleia em contínua vigilância, como se esforçando por manter seu fulgor em meio às trevas que a rodeiam. Às vezes, estala uma labareda, iluminando por um instante todo o ambiente; mais tarde, seu brilho diminui de tal maneira que parece estar a ponto de extinguir-se…
Não obstante este aparente desfalecimento, ela volta a flamejar com uma intensidade ainda maior!Este belo e simbólico objeto, que tantas vezes passa despercebido aos nossos olhos ao entrarmos numa igreja, representa bem as flutuações de nossa vida espiritual.
Quando batizados, passamos a ser portadores da luz da graça santificante, que vem acompanhada das virtudes e dos dons.
Nas consolações, uma labareda de entusiasmo resplandece em nossa alma e ela parece tocar os Céus. Entretanto, este estado de espírito não costuma ser o habitual.
Pelo contrário, com frequência vemo-nos imersos em tentações que nos convidam ao pecado. No meio delas, julgamos que o fogo se extinguirá, ou nos assustamos ao ver as figuras sombrias geradas pelo seu fraco bruxulear.
Cabe-nos, então, fazer todo o esforço possível para manter a chama acesa, à espera do momento em que volte a cintilar com intenso fulgor.
— Como será isto possível?! —dirá alguém.
— Muito simples: rezando! —poder-se-ia retrucar.
Bem verdadeira esta resposta. Contudo, apenas a oração não basta.
Lembremo-nos do conselho enunciado pelo Salvador: “Vigiai e orai para que não entreis em tentação”(Mt 26, 41). Dada a fragilidade da natureza humana após o pecado original, é indispensável a virtude da vigilância, que deve ser praticada não só para enfrentar os adversários externos de nossa vida espiritual —o demônio e mundo —, mas, sobretudo,a fim de vencer as solicitações da carne, pois nossas más inclinações e paixões desordenadas costumam ser ainda mais daninhas.
Assim, quando as trevas das tentações cercarem nossas almas, ameaçando consumi-las na escuridão do pecado, a chama de nossa piedade se manterá acesa, à semelhança da lamparina, confiando que recobrará forças e ânimo ao passar a provação.
Porém, se a vigilância vier a faltar, difícil será que permaneçamos constantes na oração, sem a qual não há abismo em que o homem não seja capaz de cair.
(Publicado na revista “Arautos do Evangelho”, nº 154, de outubro de 2016, p. 50-51) Para acessar o exemplar do corrente mês clique aqui )
muito interesante
Sou fã da revista Arautos do Evangelho a mais de 8 anos, bem antes de meu esposo falecer. Ela nos fala das coisas santas com beleza, grandiosidade e da certeza da misericórdia de Deus para com as pessoas, o que é melhor, lembra aos pecadores que estes podem se tornar grandes santos. Afinal, para isso foram chamados neste mundo. Essa revista foi de uma sustentação muito grande para mim, no período de luto. Ainda irei, com a providência divina, visitar o novo santuário, em São Paulo.
Na revista número 154 deste outubro, em artigos, espiritualidade por Alberto Dias, CHAMA DE VIGILÂNCIA E ORAÇÃO foi perfeito. Gostaria de poder compartilhar coisas desse género com meus queridos, pois, o tempo urge e nem sempre eles estão atentos às coisas dos céus, pois, as coisas do mundo ofusca e toma deles um tempo precioso. Muito obrigada a Deus por existir a Associação Arautos do Evangelho.
Prezada Dª Rosa Maria,
Agradecemos sua palavras de estímulo e rogamos a Nossa Senhora que obtenha de seu Divino Filho, Jesus, as melhores graças para a Sra e toda a sua família.
Pelos Arautos do Evangelho,
Alberto
Salve Maria!
Fenomenal !!! super interessante a matéria .
Salve Maria!