Fragmento da Hóstia posto no cálice

Numa conversa formativa — e animadíssima — com o Mons. João Clá, EP, Fundador e Superior geral dos Arautos do Evangelho, tivemos oportunidade de crescer no amor à Santa Igreja e a tudo que lhe diz respeito.

Com a clareza e o seu entusiasmo característicos dizia-nos ⁽¹⁾: a Igreja é uma obra-prima de Deus; Ele a adornou com maravilhas até nos detalhes. Quando, por assim dizer, a nossa mão tocar em algo da Igreja osculemos aquilo pois certamente é mais uma maravilha.

Ao longo da vida de Arauto de Evangelho é exatamente o que podemos constatar. Mesmo nos detalhes a Igreja é de uma tal beleza que nos deixa extasiados.

Vitral – Jesus Ressurecto

Um conhecido escritor inglês, Chesterton, tem uma de suas obras muito bem intitulada “Enormes minucias”, Tal título podemos aplicar às “minucias” da Santa Igreja: são elas enormes, contém profundos significados e ensinamentos.

Vejamos uma dessas enormes minucias.

Na liturgia da Missa há um pequeno gesto do sacerdote cheio de significado: pouco antes da Comunhão, ele deposita no cálice um fragmento da hóstia consagrada ao mesmo tempo que reza: “Esta união do Corpo e do Sangue de Jesus, o Cristo e Senhor Nosso, que vamos receber, nos sirva para a vida eterna”.

Neste pequeno gesto há duas maravilhas “escondidas”.

A primeira é simbolizar a Ressurreição de Jesus, quando o Corpo retoma o Sangue derramado na Paixão.

A segunda tem uma origem histórica: nos primórdios da Igreja, todos os padres residentes em Roma concelebravam a Missa com o Papa. Com o passar dos anos a Igreja cresceu e com Ela o número de sacerdotes, impossibilitando a presença de todos na Missa do Santo Padre. Este, passou consagrar uma hóstia bem maior e a dividia, enviando aos sacerdotes residentes em Roma.

Decoração nas catacumbas

Ao celebrarem a Missa, estes sacerdotes depositavam o fragmento no cálice, significando sua união com o Papa.

Ao espalhar-se pelo mundo, essa pequena “enorme minucia” continuou a ser realizada.

Este gesto tão simples contém uma belíssima forma de afirmar a união Àquele que Jesus designou como a “pedra sobre qual edificou a sua Igreja”.

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Em posts seguintes trataremos de outras “enormes minucias” da Liturgia, dos costumes e da pregação da Santa Igreja.

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⁽¹⁾ Tirado de anotações do autor dessas linhas, feitas após a conversa.