Um bilionário muito contente com o nascimento de sua filhinha resolveu comprar um presente para ela. Mas queria que fosse um presente muito especial. Tão especial que ninguém pudesse sequer perguntar se poderia haver algo melhor.

Dirigiu-se à maior loja da cidade, a qual vendia praticamente de tudo. Escolheu uma joia caríssima. O vendedor, um jovem calmo e atencioso, ao terminar a venda, perguntou-lhe: “Mais alguma coisa?”
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O ricaço indignado pensou: “Como, mais alguma coisa?! Quer dizer que este rapazinho acha que não basta? Bem… se ele acha isso, o que acharão meus amigos, ricos como eu? Vou comprar mais algo”.

E assim, comprou sucessivamente as coisas mais caras. Depois de cada compra o jovem vendedor perguntava: “Mais alguma coisa?”

Terminada a última compra, virou-se para o rapaz e disse: “Agora chega! Você não vai me perguntar se quero mais alguma coisa!

Outro presente para o bebê

O balconista respondeu: “Não diga isso, senhor. Se meu patrão ouvir, ele vai me mandar embora. Porque ele obriga todos os vendedores a perguntar sempre ao freguês se deseja mais alguma coisa no final da venda”.

“Ah, então é isso? Pois amanhã vou comprar essa loja e vou mandar o seu patrão embora! Onde já se viu? Depois do que eu comprei para minha filhinha, não se pode perguntar se posso dar mais alguma coisa para ela! Ou você ainda acha que pode?”

…e mais outro. Para quando o bebê crescer…

Embaraçado, o moço respondeu: “Bem… se o senhor me pergunta, eu sou obrigado a responder que sim… Mas por favor, não vá se aborrecer…”

“Como!? O que é que se pode dar a mais para minha filha do que isso tudo que já dei? Você está querendo que eu compre o mundo inteiro e dê para ela?

“Não, senhor. Porque por mais que o senhor procure, sempre encontrará alguma coisa a mais que possa comprar e oferecer”.

“O que você acha que pode ser dado a mais, então?”, disse o cliente.

Com serenidade, o jovem respondeu: “O Criador de tudo o que o senhor comprou ou possa imaginar comprar”.

“Não brinque comigo, rapaz”, retrucou o homem. “Como é que eu posso dar o próprio Deus à minha filha?”

“Perdoe, senhor, não tenho a intenção de ofendê-lo”, disse o rapaz com seriedade. “Na realidade, o senhor não pode dar o Criador para ela, mas Ele pode e quer dar-Se a Si mesmo. Permita-me perguntar-lhe: sua filha já é batizada?”

“Como? Batismo? Eu… eu… eu não tinha pensado nisto ainda.

Se o senhor me pergunta qual o maior presente que pode dar à sua filhinha, eu lhe respondo sem hesitação: é o próprio Deus, Criador de todas as coisas visíveis e invisíveis, cujo Reino não terá fim. Quando uma pessoa é batizada, o próprio Deus vem habitar nela a faz participar da Sua própria natureza divina, comunicando-lhe Sua própria vida eterna e sobrenatural”.

“Deus é de tal maneira a própria Bondade, que ainda que a pessoa no futuro venha a perder esta vida da graça, devido ao pecado, ela pode recuperá-la através da Confissão, além de poder aumentá-la através da Comunhão, dos outros Sacramentos e da oração”.

“Dar Deus a alguém é um presente tão grande que, apesar de ser onipotente, nem Ele poderia dar um presente maior”, concluiu.

O bilionário calou-se. Ficou pensativo um momento, levantou-se, deu um abraço no rapaz e lhe disse: “Muito obrigado, meu filho. Você tem toda razão. Reze por mim para que não só eu possa dar esse tesouro incalculável para minha filha o quanto antes, como possa recuperá-lo para minha própria alma”.