Fabergé – Ovo Páscoa aberto
Com miniatura

A Páscoa nos dá ocasião de analisar um aspecto muito curioso da vida humana.

Olhando as ilustrações deste post parecemos ver objetos de contos de fadas. Por que o homem se compraz em ver coisas que fogem ao normal e corriqueiro da vida cotidiana? Por que na Páscoa, no Natal e tantas outras ocasiões procuramos escapar do comum e corrente e imaginar ou fazer algo que parece estar acima da realidade?

Creio ter a resposta.

Fabergé – Ovo de Páscoa

Ouvi certa vez do Mons. João Clá, fundador dos Arautos do Evangelho, uma explicação muito verdadeira — como são sempre as que ele costuma dar (*): o homem foi criado para viver no Paraíso terrestre, pré figura do prêmio eterno que deveria receber por seu amor a Deus e fidelidade aos seus divinos desígnios e Mandamentos. Adão e Eva, entretanto, pecaram e foram expulsos deste Paraíso. Ficou-lhes porém a saudade daquela situação a recordar-lhes continuamente o poder e a bondade do Criador, bem como da herança eterna que deviam receber.

Fabergé – Ovo de Páscoa 6

Esta saudade, de algum modo, foi transmitida aos seus descendentes. A nós também, portanto. Daí vem o desejo de perfeição e a apetência por coisas parecidas com um sonho. Constituem a expressão de uma realidade mais alta, para a qual fomos feitos. Ou seja, saudades do Paraíso perdido, mas sobretudo do Paraíso Celeste, para onde, pela nossa fidelidade a Deus, aos seus mandamentos, mas sobretudo pela misericórdia dEle, esperamos ir um dia.

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Fabergé – Ovo de Páscoa
Com miniatura

É nesse sentido, e renovados pela alegria da Páscoa, que ilustramos o presente post com fotografias dos magníficos ovos de Páscoa saídos das mãos do celebre joalheiro Fabergé. Ele os fez a pedido do Czar Nicolau II, da Rússia. Foram presenteados pelo monarca à sua esposa, a Czarina Alexandra, por ocasião das várias Páscoas.

Fabergé – Ovo de Páscoa 8

A divulgação das fotografias destes presentes deslumbrou o mundo. Fabergé passou então a fazê-los habitualmente. E não dava conta das numerosas encomendas. Até hoje, nos meios que os conhecem, os ovos de Páscoa Fabergé ficaram sendo sinônimo dessa apetência pelo sublime, pelo deslumbrante; numa palavra, pelo Paraíso, ao qual, esperamos, a misericórdia de Deus e a nossa fidelidade a Ele, nos leve um dia.

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O mesmo desejo a você, estimado internauta. Feliz Páscoa!

(*) Vide Mons. João Scognamiglio Clá Dias, Tese de doutorado em Direito Canônico, Pontifícia Universidade São Tomás de Aquino (“Angelicum”, Roma), capítulo III, (“Arautos do Evangelho: carisma, espiritualidade e finalidade”) publicado em “Revista Lumen Veritatis”, ano IV, nº 17, outubro-dezembro de 2011, pp. 9 a 62, São Paulo.